terça-feira, 26 de agosto de 2014

Como a internet pode influenciar em tratamentos de saúde.

Usar a internet para se auto diagnosticar é uma prática cada vez mais comum. Apesar dos problemas que isso pode trazer, cabe aos profissionais de saúde integrarem essa ferramenta com o tratamento do paciente. A internet é uma rica fonte de informação, no entanto, nem sempre as informações contidas nela são confiáveis. Mas a busca de informações sobre a própria saúde mostra uma atitude de decisão e tomada de conhecimento da pessoa sobre a sua própria condição.
Essa tendência vem se desenvolvendo desde o início dos anos 90, enquanto nos anos 70, 60 o poder de decisão era completamente centrado no profissional, ficando o paciente sujeito às suas vontades, no início dos anos 80 esse quadro começou a mudar, quando o paciente era informado mais detalhadamente sobre sua condição, isso evoluiu nos anos 90 e na nossa época atual, a tendência é fazer do paciente um promotor ativo da própria saúde.
Isso muda o foco da “cura da doença” para a “manutenção da saúde”, assim, existe uma procura pelo desenvolvimento de comportamentos funcionais da pessoa, para que ela seja a responsável pelas decisões de seu tratamento, que devem ser tomadas de forma consciente.  Além disso, levar em consideração o círculo social, como família e amigos, permite que a adesão ao tratamento seja maior e evita preconceitos e concepções erradas sobre o estado da pessoa. Diminuindo a chance de haver uma estigmatização da condição do paciente.
Por isso é necessária à integração da internet junto à educação do tratamento para os pacientes, pois no outro extremo dessa linha de benefícios, existe a consulta de fontes não confiáveis, por vezes equivocadas, que podem atrapalhar significativamente o tratamento. A criação de expectativas irrealistas, tanto positivas como negativas, bem como a concepção da falta de necessidade do profissional, por acreditar que apenas a consulta à internet e a auto medicação pode reverter o quadro.
Esses fatores tornam a inclusão da internet, por parte dos profissionais, para educação dos pacientes, um fator significativo para promoção da saúde. Indicando sites confiáveis, que possuam informações de fácil compreensão e que possuam dados confiáveis, o profissional pode fazer o acompanhamento dessa educação. Assim, ambos, paciente e profissional desenvolvem uma compreensão humanizada do caso. Entendendo a condição do paciente como única, que apesar dos possíveis sintomas globais, existe a particularidade das características do paciente, compreendendo a pessoa para além da doença.

A humanização permite o tratamento de cada paciente como um caso único, facilitando uma possível reestruturação cognitiva, acomodando uma nova identidade. Mudando a forma como esse compreende o mundo e age nele. A pessoa não se compreende apenas como doente, mas alguém que busca a própria condição de saúde. Em casos crônicos, pode haver o desenvolvimento de uma rede de apoio através da internet, com o compartilhamento de experiências, havendo o acolhimento do próprio sofrimento e do sofrimento do outro. A conciliação da educação através da internet, com o tratamento pode gerar benefícios, mas é necessário que haja integração por ambas as partes. Nem o profissional requerer isso de quem não faz uso da internet, bem como o paciente fazer uso dessa ferramenta e o profissional rejeitá-la, acarretando uma postura dominante.

Referências:
Bastos, B. G; Ferrari, D.V; Internet e Educação ao Paciente. Arq. Int. Otorrinolaringol. São Paulo, V. 15, n.4, 2011. 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-48722011000400017&lang=pt

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